Escritor 07 – Paulo Leminski

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Paulo Leminski Filho nasceu no dia 24 de Agosto de 1944, em Curitiba. Era neto de poloneses e tinha ascendência negra por parte de mãe. Foi poeta, romancista, professor e tradutor.
Desde pequeno Leminski surpreendeu por seus dons intelectuais, escrevendo poesias já aos 8 anos de idade. Aos 14 anos ingressou no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde aprendeu latim, teologia, filosofia e literatura clássica. No início dos anos 60 começou a estudar japonês. Desistindo da vocação religiosa, foi para Belo Horizonte, para participar da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, e conheceu Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, criadores do movimento Poesia Concreta. Casou-se muito cedo, aos 17 anos de idade, com a artista plástica Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968).
Em 1968 casou-se com Alice Ruiz, também, poeta, com quem viveu vinte anos e teve três filhos.
Abandonou o curso de Direito no segundo ano e o de Letras no primeiro ano várias vezes. Sobreviveu como professor de Redação e História em cursinhos pré-vestibulares em Curitiba e também era professor de judô. Leminski foi também um grande divulgador do Haicai no Brasil, uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Em meados dos anos 70 começou a trabalhar com agências de publicidade.
Teve grande contato com cantores da MPB, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Moraes Moreira onde revelou também seus dons para a composição e música. Por ser fluente em várias línguas, traduziu para o português obras de Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima.
Seu filho Miguel morreu em 1977, aos 10 anos de idade, em função de uma Leucemia e a dor o fez se afogar ainda mais na bebida. Em 1978 foi diagnosticado com problemas no fígado.
O escritor morreu em 1989, aos 44 anos de idade, de cirrose hepática.
Paulo Leminski está tendo bastante destaque no mercado literário ultimamente. Uma coletânea de poemas, chamada “Toda Poesia” ficou durante várias semanas em primeiro lugar na lista de best-sellers nacionais e a editora Companhia das Letras está prestes a lançar o livro intitulado “Vida” uma coletânea de 4 ensaios-biografias sobre Jesus, Trotski, Bashô e Cruz e Souza.

Principais Obras:

Catatau (1975)
Agora É Que São Elas (1984)
Caprichos e Relaxos (1987)
Metamorfose, uma viagem pelo imaginário grego (1994)

Opinião Pessoal: Acho que posso dizer com segurança que Paulo Leminski é o meu poeta favorito. Eu sempre fui mais atraída por romances de forma geral, confesso que nunca liguei muito pra poesia, principalmente porque as clássicas de Cecília Meireles, Carlos Drummond etc., me traumatizavam nas provas de colégio e eu meio que tinha pavor de ver poesia fora de uma folha de prova. Mas foi após conhecer o talento de Leminski que passei a ver a poesia com outros olhos. O cara é simplesmente genial! E é genial porque faz poemas curtos, simples, com palavras que chamam umas às outras o tempo todo, que está nos olhos da maioria dos humanos, mas só Leminski consegue reuni-las em um poema. Não posso falar muito de suas obras mais extensas como Catatau e Agora É Que São Elas, pois nunca as li, mas eu poderia ficar até amanhã descrevendo de inúmeras formas o quanto a poesia de Leminski é perfeita – ante meus olhos – e o quanto todo mundo deveria ter contato com este poeta tão extraordinário.
Restaurei minha fé na humanidade quando vi que Toda Poesia não saía dos best-sellers nacionais, principalmente por ser um livro de poesia, que é muito mais difícil de se vender do que um romance, e também porque bateu o sucesso pop “50 Tons de Cinza”. Leminski é tão simples e humano que sua poesia chega simples e clara a qualquer pessoa e me atrevo até a dizer que é impossível alguém não gostar de pelo menos uma poesia sua. Com seu tom sarcástico, a facilidade em juntar palavras, o seu dom de dizer muito com tão pouco, Leminski conquista cada vez mais fãs no Brasil, e é uma ótima porta para pessoas que, assim como eu, tem/tinha preconceitos com poesia, seja por qualquer motivo.
Leminski me inspirou a escrever poemas (que eu tenho a plena noção que é a parte da escrita onde sou mais propícia a erros já que, como disse, meu contato com a poesia é muito recente) e eu me divirto muito em fazê-los! Graças a ele, pude ampliar meus horizontes e hoje já leio Manuel Bandeira, Cecília Meireles etc., e espero poder aprender cada vez mais com esses mestres em função de evoluir meu próprio trabalho, seja na área da poesia ou até mesmo com meus romances.
Como a maioria dos gênios, Leminski foi-se muito cedo e fico me perguntando quantos e quantos poemas fantásticos teríamos hoje em dia se ainda estivesse vivo, principalmente se visse a situação do Brasil de atualmente.
Espero que as editoras continuem relançando suas obras, seja em coletâneas de poesias ou seus romances, para que um público maior tenha mais acesso à sua genialidade e que as pessoas possam, assim como eu, se inspirarem e se apaixonarem por este escritor versátil e inteligentíssimo que, mesmo já não mais entre nós, ainda tem muito o que dizer.
Abaixo deixo um poema de Leminski.

A LUA FOI AO CINEMA

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!

Escritor 06 – Khalil Gibran

Índice

Khalil Gibran nasceu no dia 6 de Janeiro de 1883, em Becharré, no Líbano.
Cresceu entre as montanhas libanesas e perto da famosa Floresta dos Cedros, lugar considerado celestial e oportuno para o recolhimento espiritual e à contemplação de Deus através da belíssima natureza.
Desde pequeno ouvia histórias das Mil e Uma Noites e poemas contados por sua mãe, o que com certeza teve muita influência futuramente em suas obras.
Devido a ocupação otomana, sua família decide emigrar para um melhor e novo mundo. Em 1895 muda-se para Boston, nos Estados Unidos, ao lado de sua mãe, duas irmãs e um irmão.  É matriculado em escola pública e tem o primeiro contato com uma biblioteca. Porém, em 1898, Gibran retorna ao Líbano a fim de estudar e obter um maior conhecimento da cultura e língua de seu país. Ficou quatro anos estudando árabe e francês e viajou pelo oriente médio antes de retornar à América.
A tragédia parece começar a perseguir Gibran quando, num período de quinze meses, perde o irmão, a mãe e a irmã caçula, deixando-o inconsolável.
Entre 1902 e 1908 escreve poemas para Al-Muhajer (O Emigrante), um jornal árabe publicado em Boston.
Curiosamente, Gibran se destacou primeiro através de seus dons para a pintura, ganhando uma bolsa no Instituto de Belas Artes em Paris. Permaneceu dois anos na capital francesa, conhecendo famosos artistas parisienses e adquirindo um conhecimento ainda maior sobre arte.
De volta aos Estados Unidos, Khalil Gibran dedicou-se à leituras em árabe e em inglês, adquirindo determinantes influencias de filósofos, tanto do oriente, quanto do ocidente. Em 1920 grupo criou um grupo de escritores sírios–libaneses que se chamava “Liga da Pluma”, contribuindo assim para o renascimento da cultura árabe.
Seus primeiros livros, lançados entre 1905 e 1920 visavam chocar a sociedade da época, com fortes críticas à superficialidade e hipocrisia vividas constantemente pelas pessoas. Porém, com o passar do tempo, percebeu que a melhor forma de alcançar o coração dos homens é através da compreensão e da compaixão, imprimindo em sua literatura uma linguagem mais poética, singela e carregada de ensinamentos espirituais. Foi então que seu livro mais sutil e famoso “O Profeta” foi escrito.
Khalil Gibran morreu em 1931, aos 48 anos, e seu corpo é transportado para o Líbano e enterrado em um convento aos pés dos cedros, como pedido ainda em vida.

Principais Obras:

Asas Partidas (1912)
Uma Lágrima e Um Sorriso (1914)
O Profeta (1923)
Jesus, o Filho do Homem (1928)

Opinião Pessoal: Pureza. Acho que essa é a palavra que melhor define a obra de Gibran. Ao escrever livros com bases místicas e espirituais, sua escrita é regada de uma delicadeza e uma paz que preenchem a alma do leitor, trazendo ensinamentos riquíssimos sobre amor e fé.
Na minha humilde opinião, o seu livro mais famoso “O Profeta” deve ser lido por todas as pessoas pelo menos uma vez na vida, não importa as crenças ou descrenças de cada um. É um livro fantástico, muito bem escrito e facílimo de entender, onde suas palavras parecem produzir mágica dentro de seu estômago. É riquíssimo em ensinamentos necessários a qualquer ser humano, como família, amor, amizade, solidariedade, tudo sem qualquer cunho religioso.
Acho que o mais interessante em Khalil Gibran é que ele fala de coisas divinas sem fazer parte de qualquer religião. Ele não veio fundar uma igreja, não veio dizer que a salvação está em algum lado, não veio fazer parte de nenhum grupo religioso no mundo e, ainda assim, veio trazer ensinamentos básicos e essenciais para a vida de qualquer ser humano que é amar, amar e amar, mas não um amor humano, regado de vícios e obsessões, mas o amor divino, aquela luz que está presente em cada um de nós.
Abaixo deixo um dos meus poemas favoritos do autor, que representa todos os adjetivos já aqui colocados em relação à sua pessoa e à sua obra.

Amai-vos

Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um grilhão.

Que haja, antes, um mar ondulante
entre as praias de vossa alma.

Enchei a taça um do outro,
mas não bebais da mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro,
mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos,
e sede alegres,

mas deixai
cada um de vós estar sozinho.

Assim como as cordas da lira
são separadas e,
no entanto,
vibram na mesma harmonia.

Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.

Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.

E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.

Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.

E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro.

Escritor 05 – Nicholas Sparks

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Nicholas Sparks é um escritor americano, nascido no dia 31 de Dezembro de 1965, em Omaha, Nebraska. Ao lado de dois irmãos, passou parte de sua adolescência na Califórnia, até se estabelecer na Carolina do Norte, após seu casamento, cidade que serviria de inspiração e cenário para seus livros.
Antes de ser tornar escritor, Nicholas chegou a ter destaque nos esportes, ganhando uma bolsa na Universidade de Notre Dame. Após a faculdade, chegou a servir mesas e produtos dentais por telefone. Entre um trabalho e outro, escreveu “Diário de uma Paixão”, aos 28 anos de idade, e enviou o manuscrito pra uma editora. Mas foi apenas dois anos depois que uma agente literária descobriu o manuscrito e se ofereceu para representá-lo.
Todos os seus livros foram best-sellers do New York Times, tendo sido impressos 89 milhões de livros em mais de 50 línguas.
Não há dúvidas de que Nicholas Sparks é um dos maiores romancistas da geração atual. Seus livros já foram adaptados para vários filmes, incluindo os famosíssimos “Diário de uma Paixão” e “Um Amor para Recordar”. Atualmente, além de continuar escrevendo, Nicholas Sparks também é produtor, com projetos na televisão e até mesmo na Broadway.
Nicholas e sua mulher também promovem anualmente vários eventos voltados à caridades, arrecadando milhões de dólares para cultura e educação.
Seus hobbies incluem ler (segundo ele, lê 125 livros por ano!), passar tempo com a família, além de correr e praticar Tae Kwon Do.
Recentemente ele esteve na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e causou um enorme alvoroço. A fila de pessoas que vieram somente para vê-lo dava voltas e mais voltas estima-se que o americano chegou a assinar mais de 1000 livros naquele dia.
Nicholas Sparks acaba de publicar seu livro mais recente “Uma Longa Jornada”, que tem grandes chances de ser mais um livro a entrar na lista dos mais vendidos.

Principais Obras:

Diário de uma Paixão (1996)
Um Amor Pra Recordar (1999)
Noites de Tormenta (2002)
O Milagre (2005)
Querido John (2006)
Um Homem de Sorte (2008)
A Última Música (2009)

Opinião Pessoal: Sem dúvidas, os livros de Nicholas Sparks são apaixonantes. Suas histórias são carregadas de sentimentos e é possível sentir o amor dos personagens como se estes fossem seus. Não é à toa que ele é conhecido mundialmente. Suas histórias de amor atravessam fronteiras, são universais, pois falam dos conflitos, das dificuldades que os humanos tendem a enfrentar dia a dia em nome de algo maior. Não importa se você é do Japão ou da Inglaterra, é possível identificar-se com seus personagens humanos, que erram diariamente, mas que sempre acreditam em uma vida melhor.
Talvez suas histórias se repitam um pouco, pois Nicholas geralmente usa as mesmas fórmulas em todos os seus livros, tornando alguns até previsíveis demais. Como todo escritor, tem altos e baixos, umas obras melhores que outras, mas seus livros sempre trazem uma certa reflexão, frases marcantes sobre vida e família que emocionam e conquistam vários leitores ao redor do mundo.

 

Escritor 04 – Nora Roberts

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Eleanor Marie Robertson (conhecida como Nora Roberts) nasceu no dia 10 de outubro de 1950, em Maryland, nos Estados Unidos, a mais nova de quatro irmãos. Cresceu em um lar de leitores ávidos, tendo um enorme contato com a literatura desde a mais tenra idade.
Extremamente criativa, sempre imaginou e criou histórias em sua cabeça. Mas foi durante uma forte nevasca em 1979, ainda em seu primeiro casamento, onde ficou presa dentro de casa com seus dois filhos e, graças ao ócio, resolveu começar a escrever suas ideias.
Nora enviou vários manuscritos para a editora Harlequin, principal editora de romances nos Estados Unidos na época, e foi rejeitada todas as vezes. Quando a editora Silhouette abriu, propondo-se a publicar os “excluídos” da Harlequin, Nora finalmente teve sua chance e publicou seu primeiro romance intitulado “Irish Thoroughbred”. E não parou mais! Extremamente prolífica, já escreveu mais de 200 obras e foi a primeira mulher a fazer parte do Romance Writers of America Hall of Fame.
Também publica livros da Série Mortal sob o pseudônimo de J.D Robb, uma série de romances policiais tendo sempre como protagonistas a policial Eve e seu marido Roarke, que já passam de 30 livros.
Já foram impressas mais de 400 milhões de cópias no mundo e esse número só tende a aumentar, pois continua escrevendo e lançando em média três livros por ano e alguns deles foram adaptados como filmes para a televisão.
Uma das principais características de sua obra é o detalhamento da mente masculina. Isso se explica pelo grande convívio com homens ao longo de sua vida, tendo sido criada com quatro irmãos, casada duas vezes e mãe de dois filhos.
Nora Roberts já foi vencedora de inúmeras premiações e é considerada pela revista “The New Yorker” como a novelista favorita dos EUA.

 

Opinião Pessoal: Existe alguma mulher moderna que nunca tenha lido pelo menos um livro de Nora Roberts? Ela tem uma escrita simples e concisa, diálogos rápidos e marcantes, e histórias românticas que seduzem e aprisionam qualquer um que adore o gênero “água com açúcar”. Aparentemente ela pode parecer apenas uma escritora de livros extremamente românticos, porém, quem está acostumado com suas histórias pode notar que todo o seu livro é muito bem feito, rico em detalhes e com informações completamente precisas, de acordo com o enredo do romance. Seja em paisagens, locais de trabalho e países diferentes, Nora faz com que você se sinta dentro daquela cidade, dentro daquele cenário e até mesmo íntima daqueles personagens.
Por ter mais de 200 livros escritos (ela escreveu até agora algo em torno de 242, se não me engano), talvez alguns temas se repitam um pouco e a leitura de certos livros se torne repetitiva, o que creio ser compreensível. Entretanto, cada história tem sua particularidade e é fácil se apaixonar por cada uma delas.
Os livros de Nora são uma ótima pedida numa tarde de férias em um lugar afastado da civilização, pra quem só quer relaxar a mente e sentir aquele friozinho no estômago com seus personagens cativantes e curtir um bom livro.
Nem coloquei suas principais obras, pois é difícil colocar só algumas dentro de 200 e tantas! Mas acho que a Série Mortal tem um enorme destaque em sua carreira, pois sempre estampa todas as livrarias, virtuais ou físicas, e também só escuto e leio críticas positivas!
O mais interessante é que alguém raramente vai ficar ‘órfão’ da Nora tão cedo, como ficamos de alguns autores que escrevem pouquíssimos livros, e seguramente teremos uma vida inteira para ler todas as suas histórias! E do jeito que ela continua escrevendo, é capaz de uma vida só nem ser suficiente…

Escritor 03 – Markus Zusak

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Markus Zusak é um escritor australiano, nascido em 23 de Junho de 1975. É filho de um austríaco e de uma alemã, e cresceu numa casa com mais 4 irmãos em Sydney.
Quando criança, Markus queria ser um pintor como seu pai. Mas não demorou muito para perceber que ele não tinha talento para tal e que aquilo o entediava. Foi através dos livros que Markus encontrou o seu verdadeiro destino. Após ler “O Velhor e o Mar” de Ernest Hemingway e “What’s Eating Gilbert Grape’ de Peter Hedges, ele decidiu que queria ser escritor. Zusak levou sete anos para conseguir publicar seu primeiro livro, sofrendo rejeições atrás de rejeições pelas editoras, o que ele considera positivo, pois este fato o ajudou a melhorar e desenvolver cada vez mais seu trabalho.
Markus cresceu ouvindo histórias sobre a Segunda Guerra Mundial, contadas por seus pais. Dentre as histórias, destacavam-se os sofrimentos dos judeus na Alemanha Nazista e o bombardeio de Munique. Essas histórias ficaram marcadas em sua mente e serviram como plano de fundo para o seu livro mais famoso “A Menina Que Roubava Livros”, que foi sucesso mundial sendo traduzido para mais de 40 línguas. Contudo, seu talento literário não se resume apenas a este livro. A trilogia dos irmãos Wolfe (O Azarão, Bons de Briga e A Garota Que eu Quero) e o livro “Eu Sou O Mensageiro” já foram premiados com prêmios de literaturas para jovens. Por causa deste último foi agraciado com o Printz Honor em 2006 como melhor autor de livros juvenis.
Zusak é um escritor bem próximo de seus fãs, tendo conta em twitter, facebook e até mesmo tumblr, usando uma linguagem jovem, direta e com toques de humor. Ele está terminando o seu sexto e aguardadíssimo livro chamado “The Birdge Of Clay” e espera que este seja o melhor de sua carreira.
Markus Zusak ainda reside em Sydney com suas esposa e dois filhos. Nas horas vagas gosta de surfar e assistir filmes.

Principais Obras:

Eu Sou O Mensageiro (2002)
A Menina Que Roubava Livros (2005)

Opinião Pessoal: Sempre ouvi falar muito bem de A Menina Que Roubava Livros, mas demorei um tempinho até lê-lo. Foi após uma frase em especial, que até hoje é minha favorita, citada pela minha amiga Jéssica em uma conversa nossa, que me fez ir correndo no mesmo dia comprar o livro. Assim que eu li o primeiro capítulo de madrugada, eu já senti que aquele livro era diferente. E não estou dizendo isso para o poste ficar mais bonitinho e romântico! Eu senti mesmo, quando comecei a ler as primeiras frases de uma história contada pela Morte e o tipo de escrita singular de Zusak, eu sabia que tinha algo diferente ali de tudo que eu já havia lido antes. Eu sempre digo que este é meu livro favorito. Ele mudou muito minha visão sobre o mundo, sobre as pessoas e me transformou completamente como escritora. Depois que fui atingida pela escrita maravilhosa de Zusak eu soube mais ainda que era o mesmo caminho que queria seguir. Sou bastante influenciada pelo seu jeito de escrever, pois acho sensacional o fato dele seguir um estilo diferente das narrativas comuns dos livros que vemos por aí. Ao ler um livro de Zusak, seja A Menina que Roubava Livros, Eu Sou o Mensageiro ou até mesmo a trilogia dos irmãos Wolfe, seus primeiros livros onde sua escrita ainda estava se desenvolvendo, você é transportado imediatamente para a cabeça do personagem. Seu jeito único de ajeitar parágrafos de acordo com os pensamentos de seus protagonistas, o fato de usar as pontuações de seu jeito, dá uma sensação de fluidez e um toque poético que eu raramente encontro nos livros que seguem rigorosamente a gramática. Esse estilo literário o difere dos escritores comuns e o torna fantástico ante meus olhos. Talvez seja por isso que ele e Virginia Woolf são meus escritores favoritos, pois eles escrevem os livros de um jeito próprio, ignorando certas regras de gramática, e isso é essencial para passar verdadeiramente a tensão ou a emoção de uma cena.
Ao contrário de muitos autores consagrados, Markus Zusak consegue fazer ótimos livros e com uma linguagem fácil, porém carregada de sentimento e verdade. Suas obras até hoje se mantém entre as listas de mais vendidos de inúmeros países, alcançando cada vez mais admiradores que esperam ser arrebatados e emocionados por seus próximos livros.

Escritor 02 – José de Alencar

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José Martiniano de Alencar Júnior nasceu no dia 1º de Maio do ano de 1829, em Messejana, no Ceará. Foi advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo.
Desde pequeno teve influências nacionalistas, vindas principalmente de seu pai, um importante político e senador do império. José também lembra com carinho da vida simples e sertaneja, do contato com a natureza do Brasil, que futuramente seria grande foco em seus livros.
Publicou em 1856 seu primeiro romance conhecido “Cinco Minutos”. Porém foi com o posto de redator-chefe no Diário do Rio de Janeiro, que ganhou notoriedade com o romance “O Guarani”, publicado em forma de folhetim, em 1857.
José de Alencar criou uma literatura nacionalista e tem seu nome em grande destaque no Romantismo Brasileiro. Senhora foi seu livro mais importante deste período.
Suas obras são caracterizadas por um estilo próprio, mais “abrasileirado”, retratando lendas, mitos e tradições tipicamente brasileiras, já que, na época, os escritores nacionais ainda eram muito influenciados pela literatura portuguesa.
Foi aclamado por Machado de Assis como “Chefe da Literatura Nacional” e eleito como patrono do posto 23 da Academia Brasileira de Letras pelo mesmo.
A obra de José de Alencar pode ser definida por três períodos: Romances Urbanos, Romances Históricos e Romances Regionalistas.
O escritor também foi de grande influência na política brasileira, seguindo os passos do pai, sendo eleito várias vezes como deputado pelo Ceará, e de 1868 a 1870 foi ministro da justiça.
José de Alencar faleceu no dia 12 de Dezembro de 1877, aos 48 anos, vítima de uma tuberculose.

Principais Obras:

Cinco Minutos (1856)
O Guarani (1857)
Diva (1864)
Iracema (1865)
Lucíola (1872)
Senhora (1875)
Encarnação (1893)

Opinião pessoal: Como já mencionei antes, José de Alencar foi quem me iniciou nesse vício tremendo que tenho pelos livros. Sempre gostei de ler, mas foi depois de “Senhora” que senti e absorvi um livro pela primeira vez e passei a olhar a literatura brasileira com outros olhos.
Ainda não tive a oportunidade de ler todas as suas obras, mas já o considero um dos meus autores favoritos.
O que mais me admira na obra de Alencar é como ele entende e escreve sobre as mulheres. Seus principais romances urbanos “Senhora”, “Lucíola” e “Diva”, apresentam as mulheres na sociedade do Rio de Janeiro do século XIX, com seus dramas, aflições, sensibilidades e, acima de tudo, recheadas de personalidade e coragem. Essas mulheres podem ter vivido dois séculos atrás, mas são dotadas de inúmeros sentimentos que qualquer mulher do século XXI pode se identificar. E é de se admirar que essas obras tenham sido escritas por um homem, principalmente um homem do século XIX, onde o machismo reinava e a mulher não tinha nenhuma voz ativa. Não é à toa que ele foi a principal figura do Romantismo Brasileiro.
A escrita de José de Alencar é riquíssima não só pela sintaxe, mas também pela psicologia de seus personagens, sempre icônicos e heroicos, cada um à sua maneira.  Infelizmente ainda há muito preconceito para com a Literatura Brasileira, pois diariamente somos bombardeados com o lixo americano nas principais livrarias do Brasil. O que é irônico, pois as nossas próprias editoras, que deveriam incentivar cada vez mais nossa riquíssima literatura, descartam sem piedade nossos autores. Os clássicos ainda têm um pouco de salvação, pois ainda são dados na escola (o que eu também acho errado, pois um pré-adolescente de 11 anos tem que ler Thalita Rebouças, Pedro Bandeira, pela temática adolescente e linguagem prática, algo que o inicie na Literatura, pois eles ainda não têm vocabulário e estrutura para ler Dom Casmurro ou até mesmo meu tão amado Senhora), mas podem reparar que esses livros são sempre os mais ‘pobrinhos’ em matéria de estética, onde as folhas são de má qualidade e o descaso com a capa é eminente, enquanto as literaturas estrangeiras estão cheia de atrativos, como fontes brilhantes e capas duras. É uma pena, pois autores como José de Alencar merecem ser lidos. Não só pelas lindas histórias de amor, mas também pelo retrato fiel do nosso Brasil com toda sua misticidade, o que é muito gostoso de ler através de seus livros.
José de Alencar é o autor ideal para quem gosta de histórias bem contadas de amor e de episódios heroicos de pessoas simples, do cotidiano, que poderia ser eu ou você. Ele nos passa essa esperança de que, um dia, se precisarmos, por amor a alguém ou a um ideal, poderemos ser heróis de nossa própria história de vida.

Escritor 01 – Virginia Woolf

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Adeline Virginia Stephen nasceu no dia 25 de Janeiro de 1882, em Londres, na Inglaterra.
Filha de intelectuais, Virginia desde cedo teve contato com a literatura através da vasta biblioteca de seu pai, Leslie Stephen, e desde criança já sabia que seria escritora.
Virginia morava numa casa com seus sete irmãos: Uma irmã do primeiro casamento de seu pai, mais três irmãos do casamento de sua mãe, além de três irmãos de sangue. Todos viviam em uma ampla casa em Kensington.
A morte cruzou o caminho de Virginia muito cedo. Sua mãe morreu repentinamente em 1895, quando a garota tinha apenas 13 anos e o fato a afetou tanto que foi quando teve o seu primeiro surto psicológico. Dois anos depois, sua irmã Stella também veio a falecer após retornar de sua lua de mel em 1897. Sete anos depois foi a vez de seu pai morrer e Virginia teve o seu segundo surto psicológico. Após uma viagem à Grécia, em 1906, seu irmão Thoby também veio a falecer em conseqüência de uma febre tifóide. Nessa época, Virginia já escrevia para alguns jornais e todas às quintas-feiras reuniam-se em sua casa um grupo de intelectuais de Cambridge, do qual o seu falecido irmão fazia parte e também tinha sido o criador. Foi nesses encontros em que conheceu Leonard Woolf, que a pediu em casamento e ela aceitou. Os dois se casaram em 1912.
Virginia começou a escrever sua primeira obra completa, A Viagem, em 1908 e só conseguiu terminá-la em 1912. Porém, após uma outra crise psicológica, causada por sua esquizofrenia ou transtorno bipolar severo (Ainda não se sabe ao certo o diagnóstico de seu transtorno), ela apenas conseguiu publicar o livro em 1913. Seu segundo romance foi Noite e Dia, publicado em 1919.
Em 1917, Leonard fez uma pequena gráfica dentro de casa, para que a impressão servisse como um hobby e uma terapia para a complicada cabeça de Virginia. A partir de 1921, publicaria suas futuras obras, dentre elas, Orlando, As Ondas e Mrs Dalloway, seus livros mais famosos, através de sua própria gráfica.
Virginia Woolf foi uma grande influente do Modernismo inglês e o seu ensaio “Um Teto Todo Seu” marcou-a, definitivamente, como símbolo feminista.
Porém, mesmo com todas as tentativas, seus transtornos psicológicos continuaram. Existem vários trechos, retirados de alguns de seus diários e cartas enviadas à irmã Vanessa, sua maior confidente, onde Virginia explica o quanto seu estado de saúde mental parece piorar cada vez mais, a ponto de impedi-la de fazer o que mais gosta: escrever. A doença continua a atormentá-la, mesmo com os tratamentos, e em 1941, ela decide acabar com sua própria vida, colocando pedras nos bolsos de seu casaco e afogando-se em um rio perto de sua casa.
A carta de suicídio deixada a seu marido Leonard Woolf é uma das mais famosas cartas da Literatura. As últimas palavras de Virginia foram exatamente essas:

“Querido,

Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto – todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.

V.”

Principais Obras:

A Viagem (1913)
Noite e Dia (1919)
O Quarto de Jacob (1922)
Mrs Dalloway (1925)
Ao Farol (1927)
Orlando (1928)
Um Teto Todo Seu (1929)
As Ondas (1931)
Flush (1933)
Os Anos (1937)
Entre os Atos (1941)
Contos Completos (1917-1941)

Opinião pessoal: O que eu mais amo nas obras de Virginia Woolf é sua profundidade. Claro, com alguém que sofre de tantos transtornos psicológicos, o último que se espera é que seus escritos sejam rasos e superficiais. Mas não é todo mundo que consegue colocar todos os conflitos existentes e descrevê-los com maestria, sem julgamentos, em uma folha de papel. Parece que ela vivenciou todos os sofrimentos do mundo, sejam estes reais ou não, e os usou para criar seus inúmeros personagens.
Outra coisa que me chama muita atenção em seu trabalho é como ela começa e termina uma história. Aliás, ela não o faz. Se você pega um livro de Virginia esperando a clássica sequência de início, meio e fim, você está esperando errado. Seus livros têm sim uma conclusão, mas você sempre tem aquele gostinho de quero mais. Ela escreve de uma forma que te faz acreditar que aqueles personagens realmente existem. Que não são meras linhas em uma página em branco. Eles existem após a conclusão do livro e é impossível ler e apreciar algum trabalho seu sem ficar imaginando para onde aqueles personagens foram e em que se transformaram depois do livro. Talvez seja seu detalhe poético, sua descrição minuciosa do ambiente que fabrica essa magia. Mas não é aquela descrição detalhada e chata de alguns autores, que descrevem a cor do estofado da cadeira de uma biblioteca vitoriana e que o leitor precisa passar três páginas lendo só descrições atrás de descrições. Virginia faz poesia com as palavras, mesmo em uma narrativa. E se você entender sua obra e apreciá-la como fazem seus fãs, consegue até ouvir de verdade o farfalhar das folhas, o passarinho cantarolando em uma tarde de outono e o barulho das ondas tocando as pedras à beira da praia. Virginia é o tipo de autor que te puxa pra dentro do livro. Quando você pega o seu ritmo, se vê transportado para dentro da história. Você não está mais em seu quarto, na rua ou em qualquer lugar de sua vida… Você está dentro de As Ondas, O Quarto de Jacob, Entre os Atos e acaba vivenciando toda a trajetória dos personagens, seus conflitos internos e externos, como se fossem parentes seus.
A literatura de Virginia é pra quem tem um lado mais sensível e preza os sentimentos, os conflitos, sem qualquer julgamento.
À princípio talvez seja um pouco complicado entender o seu ritmo e acompanhar toda a avalanche de pensamentos e reflexões que ela joga na cara do leitor, mas, uma vez que você consegue entendê-la, eu garanto: Você nunca mais será a mesma pessoa.