Ah! Essa sensação…

Sensação obscura,
Sensação estranha,
Que me prende,
Que me enrola em uma teia de aranha.

Sensação constante,
Sensação maçante,
Sensação sufocante,
Sensação alarmante,
Sensação excruciante,
Que só piora a cada instante.

Sensação conhecida,
Sensação temida,
Sensação quase proibida.
Quem proibiu?
Oh, eu!
Apenas eu e mais ninguém.
Porque eu não preciso,
Eu não a quero para ser alguém.

Sensação que não passa,
Sensação que me amassa,
Como um papelzinho jogado e desprezado no canto de uma rua.

Sensação que me faz escrever as analogias mais absurdas da minha vida.

Sensação que permanece,
Que permeia,
Que anseia.

Sensação assustada,
Sensação arrasada,
Que liga um sinal de alerta ante meus olhos,
Dizendo que preciso me afastar.
Que preciso me salvar antes de me afogar.

Já estive aqui antes.
Parada, no mesmo lugar, sob as (quase) mesmas circunstâncias.
Caí e prometi nunca mais para este lugar voltar.
Caí e prometi que nunca mais iria assim errar.
Levantei e estou errando outra vez.

Sensação repetitiva,
Sensação consentida,
Sensação oprimida,
Sensação inibida.

Não posso mais os outros magoar.
Não posso mais os outros preocupar.
Não posso, não posso…

Sensação costumeira,
Sensação traiçoeira,
Sensação certeira.

Sensação que me encolhe,
Sensação que me acolhe,
Que recolhe.

Sensação que criativamente me eleva,
Sensação que sentimentalmente me enerva.

Sensação que ora me impulsiona a viver,
Sensação que ora me faz querer morrer,
Ou apenas desaparecer para que menos dramática possa parecer.
Sensação que com certeza ainda vai me enlouquecer.

Sensação… Sensação… Sensação…
Ah! Essa sensação…

Evelyn Marques
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