O poema
Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em branco. Mas ele, aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já haviam passado o frêmito e o mistério da vida…
Uma simples elegia
Caminhozinho por onde eu ia andando
E de repente te sumiste,
– o que seria que te aconteceu?
Eu sei… o tempo… as ervas más… a vida…
Não, não foi a morte que acabou contigo:
Foi a vida.
Ah, nunca a vida fez uma história mais triste
Que a de um caminho que se perdeu…
História quase mágica
O Idiota da Aldeia gostava de coisas brilhantes.
Mal nos respondia: éramos apenas gentes…
Mas uma noite o surpreendi falando longamente a um trinco de porta
Redondo, luzente de luar.
Só vos digo,
Ao que me parece,
Que o brilho do metal ora abrandava, ora fulgia mais,
Como se por instantes ouvisse e depois respondesse.
Só vos digo que, nestes ocultos assuntos, nada se pode dizer…
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