A claridade me cansa
Me vence
Me avança.
A luz me adoenta
Me enche
Me entope
De barulhos divergentes
À gritos de crianças.
A claridade nunca está sozinha.
Vem acompanhada de sons
De dores
De fortes tons de cores.
É tudo muito brilhante
Muito gritante
Muito excruciante
A claridade parece sorrir a todo instante.
Tenho olhos grandes, mas não possuo cortina.
Sou invadida
Quebrada
Arrebentada
Cada vez que tento olhar o mundo
Nas primeira horas da matina.
Como as pessoas conseguem
Viver
Crescer
Vencer
E morrer
Sem sentir nenhuma dor na retina?
A claridade me derruba
Antes mesmo que eu levante
Coisa de gente
Sem qualquer lógica restante:
Morro de medo do escuro
E acho a luz extremamente irritante.
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