InstaPost 002 – Tempo

Tenho pensado muito sobre o tempo esses dias. Sobre como o mundo em geral parece estar andando em uma velocidade impossível de alcançar, enquanto eu fico aqui meio que assustada, olhando ao redor e tentando entender onde me encaixo nessa pressa toda. Acho que as redes sociais potencializaram esse passar urgente do tempo, onde todo dia precisamos postar, trazer conteúdo, produzir e criar como se fossemos robôs prontos para executar essa tarefa a qualquer momento e sem ter o direito de errar ou não fazer direito, porque, além da pressa, é preciso ser perfeito também dentro de toda essa velocidade. Não sei pra vocês, mas pra mim isso é impossível.
Durante muito tempo eu fui dessas que fazia tudo na empolgação, jogava qualquer coisa na internet achando que era uma ótima ideia e acabava desistindo e largando o projeto porque enjoava ou ele não tinha a recepção que eu esperava. Agora eu quero ir devagar, eu quero entender qual a minha posição aqui nesse lugar, o que eu de fato quero entregar para as pessoas. Tempo é mesmo dinheiro, mas acima de tudo eu quero produzir algo que tenha significado. Um dia as minhas palavras fizeram a diferença na vida das pessoas e eu entendi, naquele momento, que tinha encontrado minha missão de vida. Quero poder sentir isso de novo.
Costumo brincar que sou como o coelhinho branco de Alice No País das Maravilhas, pois sinto que estou sempre atrasada. Tudo o que a maioria das pessoas fez enquanto jovem eu consegui fazer apenas tarde demais, pois na minha juventude eu estava apenas tentando me manter viva. E ainda que se manter viva seja algo muito importante (rs) eu às vezes penso que isso me atrasou para muitas outras coisas. E assim vejo minha vida até hoje: todos estão correndo, enquanto ainda engatinho. Mas esse é o meu tempo de fazer as coisas. Esse é o meu tempo de olhar ao redor e entender o que eu quero de verdade para mim.

Quando a gente passa dos 30 é preciso calar as vozes das pessoas que dizem a todo o momento o que você precisa fazer, pra onde precisa ir, qual o melhor caminho tomar. Essa resposta só existe dentro da gente mesmo. E ainda que muita gente que conheço parece ter a vida encaminhada depois dos 30 e isso me deixe um pouco apreensiva e culpada por ainda estar tropeçando tanto, sinto que agora é agora de decidir o que quero pra mim. Fazer escolhas baseada na minha intuição e encontrar as respostas em meu próprio silêncio. Afinal, a vida é minha. Só eu posso vivê-la por mim.

Esse texto poderia estar indo para o meu diário pessoal, mas compartilho aqui pois sempre tenho aquele pingo de esperança de que alguém pode ler, se identificar e, quem sabe, ajudar de alguma forma. Sei que é difícil parar hoje em dia para ler um texto desse tamanho, mas eu nunca soube fazer diferente, quem me conhece sabe. E sinceramente, nem quero ser diferente. Então sigo aqui, produzindo conteúdo para vocês a passos de tartaruga e esperando que, por mais que seja aos pouquinhos, bem aos pouquinhos, minha arte importe (hello Peyton Sawyer). Porque é melhor fazer algo bom bem lentamente do que fazer qualquer coisa correndo e se arrepender depois. A Need, por exemplo, levou 10 anos para ficar pronta, mas eu tenho muito, muito orgulho dela. Se tivesse terminado antes, com pressa, ela não seria nem metade do que é.

Para quem tomou um tempo pra ler esse texto aqui, muito obrigada, eu sei o quanto isso é raro nos dias de hoje! Espero que para você, que gosta do que eu escrevo, mesmo que seja esse textão improvisado e melodramático, minhas palavras tenham ressoado de alguma forma. Sigo aqui tentando entregar o meu melhor ainda que bem, beeem devagar… ❤️

Uma História Sobre Perguntas e Respostas em V Atos

I.

Meu pai costuma dizer que sempre tenho uma resposta pra tudo.
Desde muito pequena eu procuro o sentido das coisas como se minha vida dependesse disso.
Por que o céu é azul?
Por que não podemos voar?
Por que não posso viver no mar?
Qual o sentido da vida, por que estamos aqui, o que é Deus, de onde eu vim?
Se havia perguntas, eu ia atrás das respostas.
E não tinha nada e nem ninguém que pudesse parar minha mente irrequieta e meu coração apaixonado por descobertas.

II.

Na escola, os professores não sabiam responder às minhas perguntas. Eu perguntava tanto, mas tanto, mas tanto, que eles precisavam implorar para eu calar a boca a fim de seguir com a aula.
Eu calei minha boca, mas não calei minhas perguntas.
À minha maneira, fui atrás das respostas, me vendo cada vez mais longe das explicações vazias e impacientes que uma sala de aula tradicional poderia me oferecer.
À minha maneira, encontrei minhas próprias respostas.
À minha maneira, me encontrei em minhas próprias respostas.

III.

Eu preciso saber. Se eu não sei, se eu não explico, eu não respiro, eu não vivo, eu não sei mais quem sou.
Procuro minhas respostas na psicologia, na astrologia, na física quântica, na biologia, nos meus sonhos, na espiritualidade, procuro as respostas e as respostas eu sempre encontro.
Meu pai tem razão.
Eu tenho mesmo uma resposta para tudo.

IV.

Eu não consigo explicar por que quando você me chamou pela primeira vez, eu senti que não era a primeira vez.
Eu não consigo explicar por que cada vez que você sorri é como se eu estivesse vendo alguém que eu já conheci.
Eu não consigo explicar por que eu sabia que você me queria antes mesmo de você descobrir. E porque também sabia que você fugiria assim que descobrisse.
Eu não consigo explicar por que você ainda está aqui quando há tanto foi embora.
Quando eu olho para você, nada tem uma explicação, nada faz sentido.
Quando eu olho para você, eu já não sei mais quem sou.
Não há psicologia, astrologia, física quântica, biologia, sonhos ou espiritualidade que nos explique.
Eu procuro o sentido de nosso encontro como se minha vida dependesse disso.
Eu procuro e não encontro.
Não há nada.
Não há nada em lugar algum.

V.

Você é a única pergunta para qual eu não tenho uma resposta.