Branca De Neve Na Floresta.

 

Estou entrando em uma floresta, uma floresta de pedra. Ouço o barulho dos saltos sobre o chão de mármore e em meu peito apenas o silêncio. Nenhum ar entra, nenhum ar sai. Estou entrando na floresta e não consigo pensar.
Olhos me miram, me esperam e aguardam. As palavras que mantive alinhadas por toda a noite agora são redemoinhos na cabeça. Estou entrando na floresta, os saltos batem e batem, não penso e a consequência é não saber o que dizer.
Olhos me miram, muitos olhos, por todos os lugares, por todas as partes. É um pesadelo ao vivo e a cores. Olhos bravos, semicerrados, olhos que me observam e esperam, olhos que me desesperam.
Não sei o que acontece, apenas acontece. Me coloco na frente, estico a coluna tudo está bem, eu digo, tudo está bem, está bem, não, não está nada bem.
Não sei o que acontece, apenas acontece.
Não sei… Não sei.
Quero gritar, mas não faço nenhum som. Quero fugir, mas minhas pernas tremem demais para que eu possa dar qualquer passo sem cair. Mãos invisíveis apertam meus ombros, os olhos me miram, meu Deus, será que estão percebendo?
Olhos me miram e não sei, não sei!
Estou aqui e agora? Estou aqui e, meu Deus, só quero sair!
Solto uma risada (sempre o riso dissimulado!) e sigo em frente. Tudo está bem, está, se não está, vai ficar. Solto as palavras presas, jogo o redemoinho para a plateia confusa. Eles que peguem as palavras, eles que as organizem em fila indiana, que façam algum sentido disso. Eu não sei mais o que faço, apenas faço. Já não sou gente, já não sei o que sou, talvez uma máquina emitindo um som arranhado, prestes a dar defeito (acho que já dei…). Apenas termino a tarefa com sorriso de miss e uma piada impertinente.
O barulho dos saltos sobre o chão e meu peito em chamas. Saio da floresta, mas o pavor não sai de mim. Me escondo no canto, a vida segue, os olhos desviam, uma outra pessoa entra na floresta e as palavras saem em fila indiana (me pergunto se ela também está em chamas).
A vida segue, mas eu não.
Eu parei aqui.

Desculpe, Mas Não Posso Sair Esta Noite.

perfe

 

Eu preciso lhe comunicar a minha ausência no dia de hoje. Estou certa de que sua festa será ótima e espero que todos se divirtam muito, mas eu não posso sair esta noite. E não é que eu tenha outro encontro ou outras coisas para fazer… Sendo sincera, eu tenho sim muitas coisas para fazer, todas as noites, todos os dias, a todo o tempo, é só que… não consigo.
Veja, eu pareço estar de pé, me movendo um pouco pra cá, andando um pouco pra lá, mas apenas pareço. A verdade é que na maioria das vezes, quando as cortinas estão fechadas e as portas trancadas, estou deitada e nem um osso em meu corpo se move. Tudo está tremendo. Meus pensamentos não param de correr por todos os lados e correm e correm e correm e correm e meu corpo não consegue acompanhar a corrida. Estou deitada, mas meu coração bate, bate, bate contra minhas costelas e vai minando aos poucos qualquer controle respiratório que eu tente fazer para manter tudo aqui dentro no lugar.
Poderia tentar me entender? Não?
Vejo seus olhos me julgando. Eu sei que você foi criado para a ação, para a criação, aliás, não fomos todos? E eu sei que você nunca sentiu seus órgãos tremendo, suas mãos chacoalhando e sua boca tão seca  a ponto de fazer-lhe pensar que você irá morrer de sede a qualquer momento e eu entendo que é difícil de entender por que isso acontece quando nada aconteceu de verdade. Está tudo na minha cabeça, aqui dentro, mas não consigo tirá-lo com minhas mãos fracas.
Como se sente ser normal? De verdade, diga-me, como se sente ser uma pessoa que sabe ser pessoa?
Me ensinaram muitas coisas na escola e no núcleo familiar, mas não me ensinaram a ser pessoa. Não me ensinaram a me divertir como todo mundo, a dançar como todo mundo, a paquerar, respirar, viver, essas coisas, essas coisas simples da vida. Eu não sei quando foi que algo começou a dar errado, mas deu. Simplesmente deu e agora… Agora não sei. Ninguém sabe, eu acho. Então eu sento aqui e espero até que alguém saiba, até que alguém me dê uma pílula milagrosa que vai conectar algo desconectado em meu cérebro e então serei vocês, então serei como todos. Mas até lá, meu Deus!, até lá eu não sei…
Não sei de nada e só “não sei” sei dizer. Desculpe, eu queria ter algo mais a dizer, algo mais a justificar, mas adivinha? Pois é, eu não sei…
Então desculpe o transtorno, desculpe a avalanche de confusão, desculpe privar-lhes de minha presença (ainda que eu sinceramente acredite que todos vocês estarão melhor sem mim, Deus sabe, eu estaria melhor sem mim…), desculpe estar falando assim tão em cima da hora, mas é que acreditei até o ultimo minuto, acreditei que dessa vez conseguiria, mas hoje ainda não dá pra mim. Desculpe, mas eu realmente não posso sair esta noite.
Preciso de mais tempo, ainda que não tenha certeza pra quê exatamente eu preciso.
Fica pra próxima, quem sabe não estarei bem até lá? Quem sabe então não aprenderei a ser alguém, a ser pessoa e tudo aqui escrito vai ficar para trás como um texto de ficção de um personagem de alguém?
Quem sabe, não é?
Eu não sei.
Mas espero um dia saber.

Não Deixe Que Ele Tire O Seu Sorriso.

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Não deixe que ele tire o seu sorriso.
Amanhã, assim que o vir pela primeira vez, não se destrua por ele não tê-la visto. Ou fingido não ter visto. Você não merece em sua vida alguém que nunca foi nem nunca será capaz de lhe enxergar. Ser verdadeiramente visto é uma das melhores coisas da vida. A maioria das pessoas apenas olha.
Então, tire essa frustração dos ombros como quem tira uma capa velha e já há muito usada. Não vale a pena. Não vale a pena continuar coberta de farrapos, de migalhas de atenção que lhes são jogadas quando ainda há um mar de tesouros a serem descobertos.
Ele não é o seu mundo. O Universo vai muito além do corpo dele, dos beijos dele, do toque dele, do abraço dele… O Universo vai muito além de tudo o que o envolve.
Não o transforme em seu Universo quando, para ele, você não passa de poeira de estrela.
Amanhã, assim que o vir pela primeira vez, procure por qualquer reflexo à sua volta. É a si mesma que você precisa enxergar. É a si mesma que você precisa tratar. Não se troque por um vago, um líquido, um fugaz olhar. Não se acabe por uma idéia de amor que não chega nem aos pés da realidade. A melhor história de amor que você pode viver é consigo mesma.
Vá vivê-la! Agora! O quanto antes!
Não perca mais o seu tempo. Não somos eternos. Podemos ter mais 20, 40 anos pela frente ou apenas, 20, 40 minutos. O que você está fazendo com o tempo que lhe resta?
Por isso, amanhã, sorria. Mesmo que ele não a veja, mesmo que ele finja, mesmo que ele deixe bem claro sua indiferença, sorria um sorriso bem largo. Sinta a felicidade correr por suas veias, sinta o amor preencher-lhe o sangue, olhe sua própria imagem e entenda, de uma vez por todas, que você é a pessoa mais importante da sua vida.
Por isso, amanhã, sorria.
E não deixe, em hipótese alguma, que ele tire esse sorriso de você.

Fotografia.

foto

Eu vi você me vendo. Duas vezes.
Que coisa estranha é essa de sentir-se invisível.
Quando olhos te enxergam, em fração de segundos, sem querer, é como um pequeno  renascer.
“Será que é agora?”
“Será que é pra valer?
“Será que meus olhos realmente viram ou apenas viram o que meu coração quer crer?”

Acredito que foi um acidente. Um sutil deslize.  Eu fazia parte da paisagem e seus olhos estavam apenas fotografando o ambiente.
Agora, não devo ser nada mais do que uma imagem emoldurada e guardada em algum canto longínquo de sua memória.
Mas e eu? Como retornar ao meu não ser?
Sou tão pouco, sou quase nada, e não sei como lidar com esse muito que seus olhos cismaram em oferecer.
Você me fez de imagem e essa imagem eu não consigo esquecer.
Por quê?
Não sei. Eu juro que não sei.
Mas quero que continue me vendo.
Quero que seus olhos continuem esbarrando no pequeno acidente da minha presença.
Para que eu possa existir. Para que eu possa sentir.
Desde que você me fotografou, não me sinto fantasma.
Não sou mais um pedaço de etéreo flutuando pelo mundo.
Sou carne, sou ossos.
Já não sou mais feita de destroços.

Pele Fina.

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“Can’t you see I’m highly sensitive?
I even bought some books about it…”

– Mallu Magalhães

Minha pele se parte com um simples toque de papel. Meus pés sentem o chão tremer com o caminhão passando lá fora.
Eu sinto tudo e tudo me adentra. É defeito de nascença: não há como escapar.
O latido de um cachorro faz tremer as folhas de um jornal em minhas mãos.
Palavras agressivas me perfuram e caminham pelo meu sangue dias e dias a fio. Apenas gotas geladas de chuva conseguem desintegrá-las.
O cheiro das ruas de uma cidade grande expulsam de minha mente qualquer rastro de coisa bonita.
E a rejeição, é verdade… Já foi capaz de tirar-me a vida!
Ser pele fina num mundo feito de atirar paus e pedras me deixa sem ar. Mas é a mãe lua na madrugada que chega, abraça, afaga e nina o meu sonhar.
Sou dominada por medos e sonhos. É um cabo de guerra constante onde cada dia tem um vencedor diferente.
Caos, fumaças, dores, antigas casas, palavras más de uma ex-boa amiga, o olhar que por aqui não cruzou, aqueles que aqui estiveram e apenas na memória restaram… Tudo, todos e mais um pouco me compõem.
Sou feita de vazios e milhões de mundos. Num dia sou um; noutro sou dois.
Quantas coisas, fatos, sombras e pessoas ainda me atravessarão?
Não sei… Não sei a resposta.
No futuro serei esse amálgama de tantas coisas que acabarei explodindo em pó… Ou em palavras.

Love, Love, Love.

love

 

“A escuridão não pode afastar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode afastar o ódio, apenas o amor pode fazer isso.” – Martin Luther King

Por mais que você evite, seu caminho sempre cruzará com energias fortes de ódio, tristeza, raiva, rancor, injustiça e outros sentimentos negativos que podem estragar o dia de qualquer pessoa. E bater de frente com essas energias apenas lhe trarão mais aborrecimentos e traumas para o espírito. Lutamos muitas guerras desnecessárias durante os anos e geralmente pagamos na mesma moeda alguma ofensa ou qualquer mal que nos tenham feito. É compreensível no começo, pois qualquer um se magoa, se fere, se decepciona. Mas depois que crescemos e amadurecemos, é fácil perceber que a maioria dessas lutas cara a cara contra coisas ruins não valeram a pena. Apenas deixaram marcas e cicatrizes que durante muito tempo não conseguimos apagar. Algumas, talvez, nem conseguiremos.
Como disse Martin Luther King, “o ódio não pode afastar o ódio, apenas o amor pode fazer isso.” Está mais do que na hora de começarmos a compreender e viver sob esse pensamento.
Por isso, cada vez que se deparar com tanta negatividade, escolha sempre o amor. Ele está tão presente em nossas vidas, está tão intrínseco em cada um de nós que às vezes esquecemos de enxergá-lo e vivê-lo plenamente, com todo o potencial que temos.
Quando o mundo te entregar lixo (e acredite, ele vai!), faça arte com isso. Crie amor com isso. Porque se você construir ódio, raiva ou rancor, você vai se tornar apenas mais um lixo nesse mundo.
Então seja a arte no mundo, seja o amor no mundo. Seja algo bom em meio a tanta coisa ruim. Ninguém disse que seria fácil, mas é necessário, todos os dias, tentar e tentar quantas vezes forem necessárias.
Se você ainda não sabe como lidar com isso, tente essas coisas:
Para a cura contra o rancor, abrace o seu animal de estimação. Não há energia melhor para começarmos nosso dia (Se você não tem um animal de estimação, arranje um! Eles precisam de amor e sabem retribui-lo muito bem!).
Para a cura contra a injustiça, faça caridade. Há incontáveis pessoas precisando de seu toque e de sua atenção. Se você acha que tem pouco, acredite, existem muitos que não têm absolutamente nada. Vá ser alguma coisa para alguém.
Contra a tristeza, coloque sua música favorita e cante, dance e grite como se ninguém estivesse vendo.
Contra a raiva, compre um buquê de flores e presenteie alguém muito especial.
E contra o ódio, olhe bem fundo nos olhos da pessoa que você mais ama e diga, do fundo do coração: “obrigado (a) por existir.” Não há remédio melhor do que sentir aquela pessoa em seu mundo e perceber o quão sortudo você é por terem se encontrado no meio desse mar de gente.
Por mais que o planeta esteja de cabeça para baixo e as pessoas pareçam enlouquecer a cada segundo, o amor é e sempre será a arma mais poderosa para lutar contra tudo que nos deixa sem vontade de levantar da cama todos os dias. Nós somos feitos de amor e temos todo o poder para lutar contra o que quer que seja. Temos o potencial de sermos melhores para nós mesmos e para aqueles que amamos. Para aqueles que precisam de amor.
Só nos falta acreditar nisso.

Eu Vejo Você.

 

 

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Para todos aqueles que conseguem enxergar além.

Olhe para mim. Você me vê?
Me olhe, não tire os olhos… Eu preciso viver.
O mundo está correndo, está correndo sem parar. Eles não estão vendo; não sei por quanto tempo mais poderei aguentar.
Olhe para mim. Você me vê?
O que você vê?
Meu corpo, minha pele, o meu não ser?
Olhe para mim! Me enxergue, me atravesse, não me deixe sumir assim!
O mundo está correndo, está correndo sem parar.
Pessoas, carros, ônibus, trens, barulho, mais pessoas, mais ônibus, mais barulho, mais entulho, mais tudo, mais tudo e mais nada.
O mundo está correndo e permaneço aqui parada.
Por favor, olhe para mim! Me diga, o que você vê?
Eu sou alma, fluidos, matéria, energia, mais fluidos, sentimentos, mais alma, muita alma, tanta alma, tanta, tanta que me perco em meu próprio corpo. Me diga se você me enxerga antes que eu vire sopro!
Sou alguém, sou ninguém, sou outrem, pouco alguém, pouco nada, quase ninguém. Olhe para mim e por favor, por favor, por favor, enxergue mais além!
Por favor, por favor, por favor… Não quero mais ser só pavor!
Olhe para mim.
Isso… simplesmente assim.
Agora estamos aqui frente a frente.
Agora estamos aqui com o olho no olho; permanente.
Junto minhas mãos, ajoelho sobre o chão, pergunto em delicada súplica: “Afinal, o que você vê?”
É quando a salvação me encontra em sua doce réplica: “Eu vejo você.”

Homens Sem Pátria.

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Um homem não é um homem sem sua pátria.
Não passa de um corpo trafegante por ruas, por sinais, atravessando mapas, cruzando fronteiras, sem nunca encontrar sua paz.
O homem sem pátria é um incapaz.
Incapaz de encontrar-se, de olhar-se no espelho e reconhecer quem se tornou. Nenhum homem é o mesmo com a recordação da terra que abandonou.
O homem sem pátria se debruça sobre músicas de sua antiga região, mantém deliberadamente o sotaque, vive de fotografias e memórias esparsas, mas nada disso passa de algo que já foi tão concreto e real.
O homem sem pátria é uma farsa.
Ele pode perder a mulher amada, os pais, os amigos e ver-se em completa solidão. Mas nenhuma dor é uma dor maior do que a do homem que não sente seus pés sobre o próprio chão.
O vazio que sente um homem sem pátria sequer tem comparação.

Nesta terra mecânica, em plena era eletrônica, pertencemos à casas, não a lugares; pertencemos a aparelhos que nos transportam magicamente a um novo sitio num clicar de dedos. Mas o vazio, essa sombra invisível que por todo organismo se espalha, permanece, permeia; não importa o que nossos olhos encontrem, nada é o bastante se aquilo o coração não anseia.
Somos todos homens sem pátria, sem chão, sem lar. Vagamos pelo mundo em questão de minutos, entretanto, não pertencemos a nenhum lugar.
Somos todos 7 bilhões de homens sem pátria… E ainda não descobrimos para onde queremos retornar.

O Plano É Não Fazer Planos…

2015

O cenário é sempre o mesmo: fim de ano, preparativos para o ano que está para chegar e mil planos e promessas na cabeça para realizar nos 365 dias seguintes. No fim do próximo ano olharemos nossas listas de desejos a cumprir e perceberemos que não fizemos nem 20% do que pretendíamos. Então voltamos a fazer os mesmos planos e promessas para no outro ano nos deparar com o mesmo cenário. Quantos de vocês se identificam com essa imagem? Eu tenho feito isso desde que me entendo por gente.
Contudo, esse ano resolvi fazer diferente. Resolvi deixar de lado a minha mania de ser uma “control freak” o tempo todo e permitir simplesmente que a vida aconteça para mim.
Já cheguei à conclusão de que não adianta fazer planos e mais planos por dois motivos: 1) Eu sempre esqueço ou tenho preguiça; 2) A vida é algo incontrolável.
Quantas vezes não desenhamos mapas de nossa trajetória nos mínimos detalhes para logo nos vermos jogados do outro lado da margem completamente perdidos, sem saber o que fazer? Quantas vezes não fomos surpreendidos por fatos extraordinários, que jamais pensaríamos poder viver? Comigo parece acontecer o tempo todo. E, na maioria das vezes, me pego sempre receosa, já pronta para fazer mais planos para “consertar” os desvios do caminho. E isso é exaustivo demais.
Por isso em 2015 quero me deixar levar sem planos, sem roteiros, sem nada que crie uma grande expectativa, sem nenhuma ideia que possa vir a me frustrar. Talvez seja um pouco assustador pensar que não há um chão certo onde pisar, mas eu sinceramente ando cansada de coisas exatas e previsíveis. Há uma certa beleza no desconhecido, esse não saber o que aguarda o futuro, o que pode acontecer se eu finalmente me deixar mergulhar nas oportunidades e descobrir o que existe muito além do medo. Viradas de ano são uma ótima oportunidade para recomeços, ainda que puramente simbólicos. Parece que há um novo ponto de partida, um reboot de uma corrida do qual você não foi o campeão, mas onde pode tentar outra vez. Viradas de ano são sinônimos de esperança e acho que isso é o mais bonito nas comemorações de fim ano: acreditar que tudo pode dar certo outra vez, não importa quantas vezes tenha dado muito errado antes.
Que nesta virada possamos planejar apenas ter coragem para encarar os desafios, para ir de encontro ao desconhecido de peito aberto e descobrir novas faces de nós mesmos.
Feliz 2015!

Hey, Beautiful!

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Para Nayara M., Michelle G. e Samantha S.

Hey, beautiful!
Por que seus olhos se veem tão tristes? Por que tem deixado o mundo derrubá-la desta maneira? Acaso já se esqueceu do quanto você é forte? Acaso não sabe o quanto é uma garota de sorte?
Hey, beautiful!
Não carregue o mundo sobre suas costas. O seu corpo foi criado para exercer grandes realizações, para viver, para aprender, para propagar o seu saber. Então por que você ainda o está usando para abarcar as dores e os traumas de todos os que já cruzaram o seu caminho?
Hey, beautiful!
Já se olhou no espelho hoje? Já reparou o quanto você é linda, forte e um exemplo para aqueles que a amam e a admiram? Tire este momento para olhar o reflexo de seus próprios olhos. Perceba quantas lágrimas eles já choraram, quantas imagens eles já visualizaram, para que você pudesse chegar até aqui. Perceba o quanto você já superou e repare na pessoa que é nesse momento.
Tire de uma vez por todas o holofote dos momentos traumáticos e reposicione a luz para todos os momentos em que você renasceu e cresceu. Não é lindo tudo o que você passou para chegar até aqui? Vai parar agora? Vai desistir agora?
Hey, beautiful!
Você não está sozinha. Olhe ao redor e veja quantas pessoas permanecem ao seu lado. Perceba o quanto elas a amam e o quanto estão dispostas a fazer o que for pela sua felicidade. Nunca se esqueça disso.
Se você já sabe de todos esses fatos, o que ainda está fazendo aí? Saia de casa, caia no mundo, quebra a cara e sempre acredite que existe uma boa razão para amar novas pessoas, por mais que outras no passado tenham lhe dado todos os motivos do mundo para não fazê-lo.
Não tenha medo da dor. Se você está aqui, se chegou até aqui, foi por causa dela. Não há crescimento sem dor e não há vida sem crescimento. Essas três palavras estão interligadas desde o início dos tempos. Não há como fugir.
Feche os olhos, respire fundo e jamais se canse de correr atrás de sua felicidade. Ela pode estar muito mais perto do que você imagina.