Fui essa semana ao cinema ver o filme que está dando o que falar e, sinceramente, foi muito melhor do que eu esperava!
Não sou uma fã de comédias, geralmente não é um gênero que me agrada muito, mas fiquei curiosa para ver o que a Greta iria fazer com esse enredo em mãos. E o resultado foi uma sátira inteligentíssima, sensível e nostálgica que retrata perfeitamente o que é ser uma mulher num mundo governado por homens que juram saber o que é melhor para nós (inclusive, acho que toda essa gritaria masculina em torno do filme é tudo macho com o ego ferido que se identificou com a babaquice dos Kens e não conseguiram suportar a mediocridade refletida na tela. Só isso explica).
Margot Robbie parece ter nascido para fazer esse papel, não apenas por sua figura belíssima, muito semelhante às clássicas Barbies, mas pela interpretação segura e na medida correta, conseguindo equilibrar com igual brilhantismo a comédia com o drama. Sinceramente, não consigo imaginar outra atriz na atual geração que pudesse ter feito igual ou melhor do que ela.
Uma das cenas mais bonitas do filme, que vi pouca gente comentando, é quando a Barbie, após uma crise de choro por se encontrar num mundo real que está muito longe de ser perfeito, se depara com uma senhorinha simpática sentada no banco ao seu lado, olha para ela e diz: “você é linda”, ao que a senhora responde: “eu sei”. Essa cena me fez refletir que muitas vezes nós somos capazes de enxergar a beleza em outras pessoas, mas raramente a enxergamos em nós mesmos.
A interpretação de Ryan Gosling como Ken também me pareceu impecável, principalmente porque costumo acompanhar o trabalho do ator e eu adoro como ele consegue fazer personagens completamente diferentes e passar uma verdade ao espectador que poucos atores da geração dele conseguem. Se já era uma admiradora antes desse filme, agora já estou indo providenciar minha carteirinha do fã-clube.
Li algumas críticas sobre o filme onde foi dito que a obra de Greta Gerwig não traz nenhuma novidade ou não aprofunda as questões sobre o patriarcado, mas acho que em nenhum momento a roteirista e diretora teve essa intenção. Nem todo filme vai (ou deve!) revelar todas as respostas às grandes questões da humanidade. Para mim, o que me agrada em uma produção, seja essa de qualquer gênero, é sua capacidade de se conectar com o espectador, de tocar alguém de uma forma que aquela obra nunca mais saia da memória e do coração de quem a viu. E foi exatamente isso que eu senti vendo Barbie, um filme marcante, necessário e que nos deixa com aquele gostinho de quero mais.